I
Lembrei-te enquanto atravessava a estrada.
Tinhas o passo elevado do tempo que podia ser o nosso.
Mas não houve tempo para nós.
Na curva um beijo.
Um sorriso alado que cristaliza o sorriso.
II
Mas não houve tempo para nós.
Nem eras tu que estava no outro lado
quando atravessei a estrada.
sexta-feira, novembro 21, 2008
quarta-feira, novembro 19, 2008
terça-feira, novembro 04, 2008
Os membros fantasma
cujas chagas me despertam à noite
caminham sem saber
às costas da ausência.
As tormentas e as saudades.
Caminho numa direcção sem entendimento
amputado de palavras
com dores invisíveis.
É a comichão num ponto que não vejo
é o desejo onde nada encontro.
A confiança para caminhar
ou não caminhar.
É acordar à noite quando percebo o que aconteceu.
E não saber em que acreditar.
Talvez o caminho, nunca o sono
me trarão de volta às voltas com as palavras.
cujas chagas me despertam à noite
caminham sem saber
às costas da ausência.
As tormentas e as saudades.
Caminho numa direcção sem entendimento
amputado de palavras
com dores invisíveis.
É a comichão num ponto que não vejo
é o desejo onde nada encontro.
A confiança para caminhar
ou não caminhar.
É acordar à noite quando percebo o que aconteceu.
E não saber em que acreditar.
Talvez o caminho, nunca o sono
me trarão de volta às voltas com as palavras.
sexta-feira, setembro 26, 2008
Sei lá
se juntar as cartas
e digerir as mentiras da espera
as palavras não são a plasticina
onde se moldam os poemas?
Sei lá
que consistência terão as palavras
depois de mastigadas?
E a esperança que esqueci
sei lá se me lembrarei?
Sei lá
se a nudez chegar
e se se erguer uma barricada de suor
o corpo não me envergonhe
ou se me envergonhar e eu tenha de ser capaz?
Sei lá
se na esquina do prédio me virar alado
para um sorriso
e se o sorriso me quiser
sei lá se te encontrarei depois?
25-9-08
se juntar as cartas
e digerir as mentiras da espera
as palavras não são a plasticina
onde se moldam os poemas?
Sei lá
que consistência terão as palavras
depois de mastigadas?
E a esperança que esqueci
sei lá se me lembrarei?
Sei lá
se a nudez chegar
e se se erguer uma barricada de suor
o corpo não me envergonhe
ou se me envergonhar e eu tenha de ser capaz?
Sei lá
se na esquina do prédio me virar alado
para um sorriso
e se o sorriso me quiser
sei lá se te encontrarei depois?
25-9-08
quinta-feira, setembro 11, 2008
Gosto de dizer mentiras
ao ouvido de morenas lindas
e que elas me mintam
prometendo impossíveis
fingindo
gemendo quimeras impossíveis.
E olhar
exigir às morenas lindas
movências de bailarina
que tenham a intermitência das estrelas
para que não esqueçam
que o desejo acontece sem saber.
Gosto que a mentira
inspire poemas nas morenas lindas
e que os poemas
tansigindo
dispam segredos invioláveis
e que a mentira me possa enternecer.
ao ouvido de morenas lindas
e que elas me mintam
prometendo impossíveis
fingindo
gemendo quimeras impossíveis.
E olhar
exigir às morenas lindas
movências de bailarina
que tenham a intermitência das estrelas
para que não esqueçam
que o desejo acontece sem saber.
Gosto que a mentira
inspire poemas nas morenas lindas
e que os poemas
tansigindo
dispam segredos invioláveis
e que a mentira me possa enternecer.
sexta-feira, agosto 15, 2008
Receita de Poema
Junta-se água
até toda a água se queimar.
Depois a mágoa.
Quando o sal da dor solidificar
coloca-se uma melodia de fogo brando
até que uma música de caminho
perca o onde e o quando.
Na última nota junta-se vinho.
Deixam-se apurar as palavras
nas ruas escravas
da cidade.
Lembrar de nunca acompanhar com caridade.
2-8
Junta-se água
até toda a água se queimar.
Depois a mágoa.
Quando o sal da dor solidificar
coloca-se uma melodia de fogo brando
até que uma música de caminho
perca o onde e o quando.
Na última nota junta-se vinho.
Deixam-se apurar as palavras
nas ruas escravas
da cidade.
Lembrar de nunca acompanhar com caridade.
2-8
Ao teu lado
a noite cai escura
(apenas o pincel fino dos estores
emerge contornos de imaginação)
sem vozes que a escutem
sem água sem pão.
De cansaço
as palavras fotográficas enevoam
(desejo interrompido)
e um estremido oco
ocupa o lugar da noite
no desejo tão rouco.
Sem sono sem acordar
ao teu lado
agarrando dentro do suor
um hipótese de sede
(mas o oásis do sonho
era toda a rua a cantar).
2-8
a noite cai escura
(apenas o pincel fino dos estores
emerge contornos de imaginação)
sem vozes que a escutem
sem água sem pão.
De cansaço
as palavras fotográficas enevoam
(desejo interrompido)
e um estremido oco
ocupa o lugar da noite
no desejo tão rouco.
Sem sono sem acordar
ao teu lado
agarrando dentro do suor
um hipótese de sede
(mas o oásis do sonho
era toda a rua a cantar).
2-8
quarta-feira, agosto 06, 2008
Não posso identificar
a direcção do vento
que te enleia
continente de colinas
que eu cobriria como água.
Dizem que sopra de lá
onde há meses já estás
e nomeiam-no como poeiras.
Mas o vento
continua a não dizer nada.
Olho o céu
penetro o mar
(é certo que são os mesmos)
e imagino hipóteses de ligação.
Talvez assim o vento
te traga por um instante.
1-8
a direcção do vento
que te enleia
continente de colinas
que eu cobriria como água.
Dizem que sopra de lá
onde há meses já estás
e nomeiam-no como poeiras.
Mas o vento
continua a não dizer nada.
Olho o céu
penetro o mar
(é certo que são os mesmos)
e imagino hipóteses de ligação.
Talvez assim o vento
te traga por um instante.
1-8
terça-feira, junho 10, 2008
quinta-feira, abril 10, 2008
quinta-feira, março 20, 2008
segunda-feira, fevereiro 04, 2008
quarta-feira, janeiro 02, 2008
Por ver-te olhando-te
de te ver tocando interrogações
reclino-me um pouco, torto
para te ver tocando-te
absorto
as mil vezes minhas mil inquietações.
Posso-te ver negando-te
tragando massas surumbáticas
desejando-te tocar-te, até um ponto
em que me ver desejando-te
(tonto)
acorda as mil vezes minhas mil texturas enfáticas.
Por não te olhar, mas vendo-te
trago um desgaste pioneiro
que te fere e sara, exangue
por te ter desejando-te
enfim o muco, o suco, o sangue
as mil vezes minhas mil vezes tuas por inteiro.
de te ver tocando interrogações
reclino-me um pouco, torto
para te ver tocando-te
absorto
as mil vezes minhas mil inquietações.
Posso-te ver negando-te
tragando massas surumbáticas
desejando-te tocar-te, até um ponto
em que me ver desejando-te
(tonto)
acorda as mil vezes minhas mil texturas enfáticas.
Por não te olhar, mas vendo-te
trago um desgaste pioneiro
que te fere e sara, exangue
por te ter desejando-te
enfim o muco, o suco, o sangue
as mil vezes minhas mil vezes tuas por inteiro.
Rua lembrada de uma ruga
os seixos, os septos, sensus,
marcas, ondas, abruptas inclinações -
deambulações.
Não cesse o alargamento das margens
e que o tempo ondeie semimovente
subtilmente lânguido
como conchas, ou coxas
que desejasse ter lambido.
Venha o corpo estonteante
e que se esconda das passadeiras
quem se hipoteca sem depressões -
não havendo hipótese de vertigem
de que servem, desdobrados, os colchões?
A Natureza desconhece linhas rectas...
os seixos, os septos, sensus,
marcas, ondas, abruptas inclinações -
deambulações.
Não cesse o alargamento das margens
e que o tempo ondeie semimovente
subtilmente lânguido
como conchas, ou coxas
que desejasse ter lambido.
Venha o corpo estonteante
e que se esconda das passadeiras
quem se hipoteca sem depressões -
não havendo hipótese de vertigem
de que servem, desdobrados, os colchões?
A Natureza desconhece linhas rectas...
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