terça-feira, maio 07, 2013

Diálogos Meridianos

A nossa sede nas cordas do silêncio -
música de nós partilhada entre ausências -
fixa uma rotação verde que prendo na ponta dos dedos.

- Não acelero massa noite dentro para ficar aqui.

Acaricio esperanças na rede que nos transporta -
emaranhado de viagens sem bolso -
e toco um mesmo ar sob um mesmo lençol de espera.

- Não escrevo para manter a fome à distância.

A nossa sede rouca é adiada -
um beijo zunido no oceano -
para apurar a voz num palco erguido contra o segredo.

- Não canto para ver passar o vento.

Amo a noite em que te encontro -
sonolento elmo contra o quotidiano -
nua de tempo na imagem que tento escutar.

- Não existo para ser escravo de meridianos.

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