quarta-feira, agosto 14, 2013

Plantar na pele uma raíz de força,
algo que no espelho me concentre
e quando velho eu encontre espelhado na pele
a raíz do que sou.

Não sei de ciência o que floresce.
Encontro-me com a cor e isso basta-me
em cada ausência,
em cada enternecimento do belo
a quem nem sempre a imagem no espelho corresponde.
A raíz é a essência da imagem e por isso a perpetuo
mesmo se o espelho inquieto não responde.
Paciente sem paciência. Tudo na raíz pede outro mundo
para o que pode no corpo poder rever-se sem mágoa.
Quero ser e quero ser fora daqui. Sem enxertos
que poupem outra imagem e eu diga que fui a primavera possível.
Quero água
e as estações em contínuo fertilizando a minha natureza.

De frutos não sei. Aos frutos
dou-lhes asas profundas para que povoem o tempo.

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