quinta-feira, dezembro 01, 2011

Este chegar hesitante
constrange-me
sentar-me sem tacto
submerge-me
sair sem resposta
amarga-me a tez sem sal.

Esta voz que me custa
sufoca-me
a surdez que me escuta
esmaga-me
o apoio que me despreza
derruba-me o fôlego sem força.

Nas tuas mãos entrego o meu ritmo,
fraco, mudo, apagado.
Podia pedir-te uma vez que não os perdoasses,
mas é o teu olhar de gelo
que me apaga ajoelhado.

domingo, agosto 21, 2011

Desenrolas as mãos
longas e cruas
as tuas mãos nuas
que caminham ambições
que despem e cobrem
as tuas mãos escondem
as tuas mãos
longas e nuas
na espera a que te habituas
as tuas mãos
têm que aprender a despir-te sozinhas.
Deita-te de lado
com o sol de frente
e dessa forma diferente
quero ver-te como és.

Brincas com os pés.
E na nudez que o sol reflecte
já nem o tempo se intromete
e eu vou deitar-me ao teu lado.

14-8

quinta-feira, julho 14, 2011

Não me olhes assim que a armadura derrete
e desarmado
naquilo que o teu olhar promete
eu me liquefaço numa angústia de mel

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Volta o amor onde me rodeia a ausência.
Como se no corpo frágil só o calor da cama me amparasse.

Vejo-te subir a rua
onde sei que não existes.