sexta-feira, setembro 28, 2012


Venho por denso ausentar-me à porta -
Presença destacada na penumbra do medo,
- Ai mãe que me roubam o tempo!
- Ai tempo que me roubas os demais!

Chego portento no silêncio que encontro –
Espera portanto feita do que há a calar
- Ai mãe que me roubam o sono!
- Ai sono que me roubas o tempo!

E o tempo da espera rouba-me tudo –
Tudo o que eu queria era ver-te passar
- Ai mãe magoam-me as sílabas!
- Ai mãe as palavras demoram a me encontrar!


12 de Maio

quarta-feira, setembro 26, 2012


Não quero ser original -
quero a repetição das coisas boas
das palavras que precisam ser ouvidas
as palavras doridas
de perfurar o tempo
a harmonia das vozes em lamento
o tom da fúria
o som do bom
repetir a vida mais uma vez.