sexta-feira, setembro 26, 2008

Sei lá
se juntar as cartas
e digerir as mentiras da espera
as palavras não são a plasticina
onde se moldam os poemas?

Sei lá
que consistência terão as palavras
depois de mastigadas?
E a esperança que esqueci
sei lá se me lembrarei?

Sei lá
se a nudez chegar
e se se erguer uma barricada de suor
o corpo não me envergonhe
ou se me envergonhar e eu tenha de ser capaz?

Sei lá
se na esquina do prédio me virar alado
para um sorriso
e se o sorriso me quiser
sei lá se te encontrarei depois?

25-9-08

quinta-feira, setembro 11, 2008

Gosto de dizer mentiras
ao ouvido de morenas lindas
e que elas me mintam
prometendo impossíveis
fingindo
gemendo quimeras impossíveis.

E olhar
exigir às morenas lindas
movências de bailarina
que tenham a intermitência das estrelas
para que não esqueçam
que o desejo acontece sem saber.

Gosto que a mentira
inspire poemas nas morenas lindas
e que os poemas
tansigindo
dispam segredos invioláveis
e que a mentira me possa enternecer.