sexta-feira, julho 26, 2013

Eu nunca dei flores
não abri a porta
a ninguém
sem elasticidade de girassol.

Procuro a claridade da manhã
à noite
não bebo água
do copo que me engole.

Eu acredito em mim
e não acredito
em mim
A ubiquidade é acordar.

quinta-feira, julho 18, 2013

Vale à pobreza que se fabrique
no corpo mole que tem sede de raíz
e diz que fome é o contrário da forma
do corpo consumido em cada medo.

Não basta a certeza da bondade
nem o segredo da vontade do fogo.
Não basta saber - é preciso provar.
Não basta provar -
é preciso um fogo em novo que cinzele a coragem
é preciso um movimento de vento
uma flutuação de imagem
uma lugubridade de palavra parida sem precisar a comunicação.
É preciso não entrar pelo umbigo
e mergulhar no mar sem olhar a temperatura.

Eu aqui não consigo.
Se não beber a lágrima que sou
vou chorar até ser espelho.