sexta-feira, abril 26, 2013

Certamente há algo de liberdade ao sol numa praia
ou no percorrer as compras que penso que me apetece
(e é nessa liturgia de liberdade que nos confundem as estações)
mas na primavara que perece
acontece
afirmar-se a primavera até ao sal -
o sal da rua e o sal do grito
o sal do rito em que se tempera a certeza
do mar dos dias que caminhamos e gritamos.
Porque herdámos dos pais esta tristeza
e a noite presa
mas também a pressa dessa madrugada feita para trocar
flores de novo
(e é nessa esperança sem cordões que mergulhamos na liberdade
de fazermos acontecer a madrugada).

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