segunda-feira, outubro 15, 2012

Como que superando ondas
ergo-te em sabores
sal
o reflexo
lateralizando as ancas
uso andas de satisfação
eu espreito
prescuto
espero
as mãos fixam-se numa aproximação
quase penetração
um arrepio
a respiração é incontrolável
o coração já não é meu
e sou quase triste
estou quase fora
sou não sei quem
e as mãos trazem-me de volta
e vinco os polegares
nas tuas costas
e tu gostas
tu gostas
e vens estreita à fome
e vens e vais e vês
onda
rebentação
grito
as mãos nas ancas sabem
mas o ritmo é teu
o canto é teu
eu sou só coração a bater
e polegares a guardar
para sempre
para sempre
as minhas mãos na tua ânsia
aquele mergulho de acordar.

8-2012

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